Resultados da Parceria entre a OIM e o Setor Privado na Promoção de Energia Limpa para Capacitar Comunidades Deslocadas são apresentados em workshop
26 março 2024
- A Organização Internacional para as Migrações (OIM) partilhou os resultados de uma iniciativa em colaboração com parceiros do sector privado no domínio da energia limpa, com o objetivo de melhorar o acesso à energia limpa para as comunidades deslocadas. Esta iniciativa é considerada um modelo de colaboração entre a OIM e o sector privado em soluções para a energia, com potencial para ser replicada. O debate teve lugar durante um workshop realizado em Maputo, Moçambique, a 18 e 19 de Março.
MAPUTO, Moçambique - A Organização Internacional para as Migrações (OIM) partilhou os resultados de uma iniciativa em colaboração com parceiros do sector privado no domínio da energia limpa, com o objetivo de melhorar o acesso à energia limpa para as comunidades deslocadas. Esta iniciativa é considerada um modelo de colaboração entre a OIM e o sector privado em soluções para a energia, com potencial para ser replicada. O debate teve lugar durante um workshop realizado em Maputo, Moçambique, a 18 e 19 de Março.
O acesso limitado a serviços energéticos essenciais cria desafios para as pessoas deslocadas internamente e para as suas comunidades acolhedoras, tornando-as mais vulneráveis às dificuldades e à violência baseada no género. O sector humanitário enfrenta dificuldades em desenvolver soluções relacionadas à questão energética devido a barreiras económicas e à existência de riscos que impedem o envolvimento do sector privado. Para resolver esta questão, a OIM, com o apoio da Innovation Norway e da NORCAP, estabeleceu uma parceria com actores do sector privado, a C-Quest Capital, a GreenLight Africa, a Epsilon Energia Solar e a ONG Mercy Corps.
Um aspeto fundamental da iniciativa foi a sua abordagem ecossistêmica que juntou todas as partes interessadas na elaboração de soluções. Através da recolha de dados detalhados sobre energia em cinco locais de reassentamento onde as famílias deslocadas estão a reconstruir as suas vidas, a OIM, as comunidades e os seus parceiros do sector privado identificaram fogões melhorados e sistemas solares para utilização de energia produtiva como as soluções mais eficazes a implementar.
“Antes, gastávamos 20 meticais (cerca de 0,30 USD) por dia em lenha. Mas agora, com este novo fogão que construímos com materiais daqui, como o barro, a lenha que conseguimos por 10 meticais dura uns bons 3 dias”, explica Isabel Felix, uma residente do campo de reassentamento em Ndedja. “E o candeeiro também! As crianças podem brincar e estudar mesmo quando a lua cheia não está lá a dar-nos alguma luz durante a noite”, diz Isabel Felix.
Durante o workshop, participaram nos debates representantes dos sectores humanitário, privado e público, bem como membros das comunidades deslocadas que contribuíram para o desenvolvimento do projeto. O evento também explorou novos mecanismos de financiamento para aumentar a adoção de produtos e serviços de energia sustentável em contextos de deslocação, incluindo o poder do financiamento de carbono e os subsídios.
Atualmente, cerca de um milhão de pessoas continuam a ser afectadas por deslocações em Moçambique devido a conflitos e catástrofes. “Excluir as comunidades deslocadas da transição energética não é uma opção. Todos nós temos a ganhar com uma transição bem sucedida para a energia limpa. Ao garantir que estas comunidades tenham acesso à energia limpa, não só as capacitamos como também contribuímos para um futuro mais equitativo e sustentável para todos”, disse Sacha Nlabu, Chefe Adjunto da missão da OIM em Moçambique.
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