Mensagem do Secretário-Geral por ocasião do Dia Mundial da Vida Selvagem

MAPUTO, Moçambique - As atividades humanas devastaram nossa vida selvagem. A engenhosidade humana pode ajudar a salvá-lo.

A poluição, o caos climático, a perda de habitat e a exploração da natureza levaram um milhão de espécies de plantas e animais à beira da extinção. Isso é horrível por si só. É também uma ameaça directa à saúde e aos meios de subsistência de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo – especialmente as mais vulneráveis.

Como nos lembra o tema do Dia Mundial da Vida Selvagem deste ano, as tecnologias digitais podem ajudar a mudar a situação. Os satélites já estão ajudando a rastrear animais ameaçados. E os dados estão a mapear a migração da vida selvagem e a utilização dos solos, apoiando os esforços para os proteger.

Quando utilizadas de forma responsável, sustentável e equitativa, as tecnologias digitais têm o potencial de revolucionar a conservação. Mas eles são uma ferramenta em nosso arsenal, não uma solução mágica. Ainda precisamos de esforços concertados por parte de países, empresas e indivíduos para ajudar a recuperar a vida selvagem mundial do precipício e construir um futuro justo e sustentável.

Na Cimeira do Futuro deste ano, os Estados-Membros discutirão as nossas propostas para desenvolver novas métricas para complementar o produto interno bruto. Atividades como a pesca excessiva e o desmatamento aumentam o PIB, ao mesmo tempo que devastam a natureza. Métricas complementares podem proporcionar equilíbrio, medindo o que realmente importa para as pessoas e para o planeta.

Exorto também os países a tomarem medidas urgentes para reduzir drasticamente as emissões, adaptarem-se aos extremos climáticos, prevenirem a poluição e travarem a perda de biodiversidade, incluindo o reconhecimento do papel que os Povos Indígenas desempenham na protecção da biodiversidade.

Os países desenvolvidos devem investir na biodiversidade e na ação climática nos países em desenvolvimento. E todos os governos devem criar novos planos climáticos nacionais que se alinhem com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius, bem como estratégias nacionais de biodiversidade que implementem o Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal.

Dependemos da natureza. Vamos mostrar que a natureza pode depender de nós – e agir agora para protegê-la.