MAPUTO, Moçambique - O fim da epidemia de SIDA só será possível com a liderança das comunidades afetadas. Essa é a mensagem que o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA, Unaids, enfatiza neste 1º de dezembro.
A data marca o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA e, segundo o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, representa uma oportunidade para reforçar o apoio para grupos que estão na linha de frente do combate à doença.
Das ruas aos tribunais
Para ele, isso significa colocar lideranças comunitárias no centro de “planos programas, orçamentos e ações de monitoramento”.
O relatório “Comunidades Liderando”, da ONUSIDA, ressalta a importância da mobilização comunitária, das ruas aos tribunais, passando pelos parlamentos, como um fator essencial para avanços e inovações nas políticas de resposta a epidemia.
Uma morte por minuto
A cada minuto, uma pessoa morre de Aids. Todas as semanas, 4 mil meninas e mulheres jovens são infectadas com o HIV e, das 39 milhões de pessoas que vivem com o vírus, 9,2 milhões não têm acesso a tratamento.
A diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima, afirmou que "muitas vezes, as comunidades são tratadas pelos tomadores de decisão como problemas a serem gerenciados, em vez de serem reconhecidas e apoiadas como líderes”.
A OMS afirma que os grupos da sociedade civil têm moldado a resposta ao HIV/Aids por décadas. As contribuições incluem a luta contra o estigma e a discriminação, a defesa do acesso a tratamentos por preços baixos e a criação de serviços liderados pela comunidade, que colocam as pessoas afetadas no centro das decisões e intervenções.
"No centro da nossa luta estão as nossas comunidades"
Durante a comemoração do Dia Mundial de Luta Contra a SIDA em Moçambique, a Dra. Catherine Sozi, Coordenadora Residente das Nações Unidas e Coordenadora Humanitária para Moçambique, encorajou a todos a "enfrentar as desigualdades que impedem o progresso no sentido de acabar com o SIDA". Para tanto, ela afirmou que "no centro da nossa luta estão as nossas comunidades".
"Tenho a honra de fazer parte da equipa da ONUSIDA há quase 20 anos; E sei em primeira mão a importância de se sentir abraçado, ouvido, protegido e aceite pela comunidade para que a resposta ao VIH/SIDA seja bem sucedida", afirmou a Dra. Sozi.
Para a Coordenadora Residente, "os esforços para alcançar uma geração livre do VIH são inspiradores; Contudo, as novas infecções por VIH estão a diminuir muito lentamente".
Moçambique é o segundo país do mundo com o maior número de novas infecções, depois da África do Sul, em todo o mundo.
Para a Chefa da ONU Moçambique, devemos trabalhar em conjunto para aumentar as taxas de acesso aos serviços de prevenção do VIH entre populações-chave, bem como outras populações prioritárias vulneráveis, como as raparigas adolescentes e as mulheres jovens, e as pessoas com deficiência.