“Continuaremos firmes no nosso apoio a Moçambique”

MAPUTO, Moçambique - Micheál Martin, Vice-Primeiro-Ministro, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Ministro da Defesa da Irlanda, visitou projetos económicos, culturais, de desenvolvimento e de construção da paz que a Irlanda apoia na África do Sul e Moçambique durante esta semana. Entre eles, uma exibição sobre o processo de paz entre o Governo de Moçambique e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) esta sexta-feira em Maputo.

“Acho que nosso trabalho com o processo de paz é um dos nossos segredos mais bem guardados; Fomos um dos primeiros [países] a apoiá-lo e vamos continuar”, disse Micheál Martin antes de acrescentar que a Irlanda pode aprender com Moçambique.

A Irlanda e Moçambique partilham uma parceria de longa data, sendo a Irlanda um dos primeiros apoiadores do processo de paz e da implementação do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional, contribuindo com cerca de €4,4 milhões. Uma contribuição adicional de €1 milhão foi recentemente anunciada.

Recebido por Mirko Manzoni, Enviado Pessoal de António Guterres para Moçambique, na Fortaleza de Maputo, o Tánaiste teve oportunidade de falar com ex-combatentes da Renamo que participaram no processo de desarmamento, desmobilização e reintegração, assim como falar com membros do Secretariado de Apoio para o Processo de Paz durante a exposição.

“A Irlanda foi o primeiro apoiador da paz em Moçambique; Nós agradecemos o povo irlandês por contribuir para o sucesso de todo o processo”, afirmou Mirko Manzoni, Enviado Pessoal de António Guterres para Moçambique.

A própria experiência da Irlanda na construção da paz informou a sua abordagem para apoiar a paz em Moçambique. Isso inclui uma compreensão profunda da natureza inerentemente política dos processos de paz, reconhecendo a importância de adotar uma abordagem integrada e multidimensional.

“Exposição fascinante sobre o Processo de Paz em Moçambique e o trabalho para promover a reconciliação” afirmou Micheál Martin.

“Na Irlanda, aprendemos que a reconciliação é algo em que você trabalha todos os dias, todos os anos, por muitos anos; Continuaremos firmes no nosso apoio a Moçambique nos próximos anos”, concluiu o Tánaiste da Irlanda.

Acordo de Maputo para a Paz e a Reconciliação Nacional

Testemunhado por vários ex e atuais presidentes do continente africano, o Acordo de Maputo, assinado em agosto de 2019, facilitou o fim de anos de conflito, buscando trazer a paz definitiva a Moçambique.

Para apoiar a implementação do Acordo de Paz e o programa de desarmamento, desmobilização e reintegração, o Secretário-Geral das Nações Unidas nomeou Mirko Manzoni como seu Enviado Pessoal para Moçambique.

Veja abaixo alguns dos resultados do processo de paz:

• 5.221 ex-combatantes foram desarmados e desmobilizados;
• Todas as 16 bases da Renamo foram encerradas ao redor do país;
• Mais de 1,5 mil ex-combatentes e familiares receberam oportunidades socioeconômicas de reintegração em cerca de um terço dos 154 distritos de Moçambique; e
• Aproximadamente 145 beneficiários do processo de DDR foram integrados nas forças armadas e policial de Moçambique.