Fase de Desarmamento e Desmobilização é Formalmente Encerrada

MAPUTO, Moçambique – Testemunhado por líderes regionais e internacionais, Presidente Filipe Nyusi e líder da RENAMO Ossufo Momade encerram parte do processo do desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR) esta sexta-feira, dia 23 de junho, em Maputo.

A cerimônia representou o final do processo de desmobilização de 5.221 ex-combatentes que permaneciam nas 16 bases em zonas remotas e que começaram a entregar as armas há quatro anos - no âmbito do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional, assinado em agosto de 2019. Todas as bases militares da RENAMO também foram formalmente encerradas.

Moçambique exemplo mundial

Durante o evento, Presidente Filipe Nyusi agradeceu o antigo líder da RENAMO Afonso Dhlakama pelo inícío do processo de negociação que culminou com a assinatura do Acordo de Maputo.

“Gostaria de recordar com gratidão e agradecimento Afonso Dhlakama pela confiança e coragem para darmos o primeiro passo para a paz”, afirmou o Presidente Nyusi.

O Presidente também fez menção ao apoio contínuo das Nações Unidas ao processo.

“Agradeço especialmente António Guterres pelo empenho para que este processo de paz em Moçambique fosse um sucesso e o contínuo encorajamento”

“Com este processo Moçambique demonstra a capacidade de abraçar a paz genuína; Moçambique agora é exemplo mundial e todos nós devemos nos orgulhar”, continuou o Presidente moçambicano.

Falando no evento, Ossufo Momade, líder da Resistência Nacional Moçamnicana (RENAMO), lembrou os combatentes vivos e mortos que lutaram pelos ideiais do partido.

“Aos combatentes desmobilizados, manifestamos nosso profundo reconhecimento pela missão cumprida - Heróis vivos e mortos construtores da nossa obra prima, a democracia”, Ossufo Momade.

Saudações de líderes internacionais

Presentes no evento, os Presidentes de Botswana e do Zimbabué saúdaram Moçambique pela conclusão do desarmamento e desmobilização do principal partido de oposição.

“Aproveito esta oportunidade para elogiar todos os envolvidos, incluindo Mirko Manzoni, o Enviado Pessoal de António Guterres para Moçambique; O Secretariado de Apoio ao Processo de Paz foi fundamental para abrir caminho para esta longa caminhada em direção à paz” - Presidente Mokgweetsi Masisi de Botswana.

Já o Presidente Emmerson Mnangagwa do Zimbabué elogiou a liderança conciliatória dos líderes moçambicanos para que a paz fosse alcançada.

“Gostaria de felicitar a liderança conciliatória demonstrada pelo Presidente Filipe Nyusi na busca de uma solução para o conflito com a Renamo; E agradeço à Renamo por colocar o interesse dos moçambicanos em primeiro lugar” - Presidente Emmerson Mnangagwa do Zimbabué.

O Presidente ruandês, Paul Kagamé, felicitou Moçambique por meio de mensagem publicada na rede social Twitter.

“Parabéns ao meu irmão Presidente Filipe Nyusi e ao povo moçambicano pela bem-sucedida implementação do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração [DDR] dos ex-combatentes da Renamo”, declarou Paul Kagamé.

O governante ruandês referiu que a conclusão do DDR é um “marco importante” nos esforços para paz, lamentando o facto de, embora convidado, não poder estar na cerimónia oficial do encerramento do processo em Maputo.

“Não pude estar lá hoje como planejado, mas desejo a você [Filipe Nyusi] e ao povo de Moçambique sucesso contínuo”, reiterou Paul Kagamé.

Acordo de Maputo para a Paz e a Reconciliação Nacional

Testemunhado por vários ex e atuais presidentes do continente africano, o Acordo de Maputo, assinado em agosto de 2019, facilitou o fim de anos de conflito, buscando trazer a paz definitiva a Moçambique.

Para apoiar a implementação do Acordo de Paz e o programa de desarmamento, desmobilização e reintegração, o Secretário-Geral das Nações Unidas nomeou Mirko Manzoni como seu Enviado Pessoal para Moçambique.

Veja abaixo alguns dos resultados do processo de paz:

• 5.221 ex-combatantes foram desarmados e desmobilizados;
• Todas as 16 bases da Renamo foram encerradas ao redor do país;
• Mais de 1,5 mil ex-combatentes e familiares receberam oportunidades socioeconômicas de reintegração em cerca de um terço dos 154 distritos de Moçambique; e
• Aproximadamente 145 beneficiários do processo de DDR foram integrados nas forças armadas e policial de Moçambique.