MAPUTO, Moçambique - Após a passagem do ciclone Freddy, em 24 de fevereiro, o Centro Especializado Regional da Organização Mundial de Meteorologia indica que o fenômeno retornou ao Canal de Moçambique.
Chuvas intensas devem cair nas próximas horas antes do Freddy atingir a terra como um ciclone tropical no final da semana. A previsão ainda é muito incerta para definir um tempo mais provável e as áreas expostas, segundo especialistas.
Recorde como o ciclone tropical mais duradouro
A tempestade já afeta a navegação marítima no Canal de Moçambique. Falando a jornalistas, de Maputo, o meteorologista Acácio Tembe explicou o fenômeno.
“Nos próximos dois dias poderá chegar a ciclone tropical de categoria 3. Estou a falar de ventos de cerca de 170 quilômetros por hora e rajadas de 180 a 190 quilômetros. As projeções também indicam que este sistema poderá fazer esse retorno à nossa costa nos dias 10 e 11 de março. Neste ainda momento existe alguma incerteza em relação ao ponto de entrada, mas a indicação é que poderá entrar pela província de Zambézia, mas também não deixamos de parte as províncias de Nampula e Sofala.”
A Organização Mundial de Meteorologia, OMM, indica que o Freddy continua a jornada que considera incrível e perigosa e está a caminho de quebrar o recorde como o ciclone tropical mais duradouro já registrado.
Foi em 21 de fevereiro que a tempestade chegou à costa leste de Madagascar e deslocou pelo menos 226 mil pessoas.
Localização geográfica
Em território moçambicano, a passagem da depressão tropical afetou 1,75 milhão de pessoas, incluindo mais de 8 mil deslocados, segundo o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres, Ingd.
Dados da OMM estima que, nos últimos sete dias, partes do sul de Moçambique receberam 500 mm e, no mês passado, até 700 mm de chuva, o que está bem acima da média anual.
Devido à localização geográfica, Moçambique é propenso aos desastres naturais. Recentemente, o país foi afetado pelo ciclone Ana, cujo impacto foi vivido por aproximadamente 28 mil pessoas. O ciclone Guambe afetou cerca de 642 mil moçambicanos.