"Reintegração é Fundamental para a Sustentabilidade do Processo de Paz"
04 novembro 2022
Afirma Mirko Manzoni, Enviado Pessoal do Secretário-Geral da ONU para Moçambique, ao anunciar a desmobilização de mais 800 ex-combatentes da RENAMO.
MAPUTO, Moçambique - Mais de 800 ex-combatentes da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) foram desmobilizados e iniciaram a sua transição para a vida civil, no conforto das suas famílias e comunidades, com o fechamento das bases em Mocuba e Sabe na Província da Zambézia.
O número total de desmobilizados agora é de 90% do total de beneficiários do processo de desmobilização, desmilitarização e reintegração, afirmou Mirko Manzoni, Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique, em declaração.
"Estes passos elevam o número total de desmobilizados para cerca de 90% do total de beneficiários do DDR [desarmamento, desmobilização e reintegração], um feito significativo", acrescentou.
"Louvamos a colaboração contínua e o compromisso para com o diálogo demonstrado pelo Governo e pela Renamo a fim de alcançarem mais um marco significativo na implementação do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo", continuou Mirko Manzoni em nota.
"Estamos também cientes que a reintegração efetiva dos beneficiários de DDR na vida civil é fundamental para a sustentabilidade do processo; Apelamos a todas as partes interessadas que desempenhem um papel positivo no fomento da paz em Moçambique", concluiu Manzoni.
Para o Enviado Pessoal de António Guterres, agora que nos aproximamos do fim da fase de desmobilização e desarmamento, "estamos empenhados em assegurar que os restantes combatentes sejam abrangidos e apoiados na sua jornada de reintegração".
"A reintegração efetiva dos beneficiários de DDR na vida civil é fundamental para a sustentabilidade do processo", Mirko Manzoni, Enviado Pessoal do Secretário-Geral da ONU.
"As Nações Unidas continuam empenhadas em apoiar Moçambique no seu caminho rumo a um futuro próspero de paz sustentável e reconciliação nacional", concluiu.
Acordo de Maputo
Testemunhado por antigos e actuais presidentes do continente africano e apoiado pelas Nações Unidas, União Africana e União Europeia, o Acordo de Maputo, assinado em Agosto de 2019, prevê uma grande reforma política, incluindo descentralização do poder, maior transparência e atribuição mais equitativa de recursos e um programa de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR) de ex-combatantes da RENAMO.
Para apoiar a implementação do Acordo de Paz, o Secretário-Geral das Nações Unidas nomeou Mirko Manzoni como seu Enviado Pessoal a Moçambique, então Embaixador da Suíça e Presidente do Grupo de Contacto da comunidade internacional juntamente com a RENAMO e o governo de Moçambique.
Até à data:
Cerca de 90% dos ex-combatentes da RENAMO, de um total de 5.221, foram abrangidos por este processo;
131 distritos receberam beneficiários do processo de DDR;
15 das 16 bases da Renamo foram encerradas ao redor de Moçambique; e
46 beneficiários do processo de DDR foram integrados nas forças armadas e policial de Moçambique.