Legenda: Sua Excelência o Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, durante a Sessão de Alto Nível da Conferência Regional sobre o Maneio Sustentável e Integrado da Floresta do Miombo.
Afirma Presidente Filipe Nyusi na Sessão de Alto Nível da Conferência Regional sobre o Maneio Sustentável e Integrado da Floresta do Miombo.
MAPUTO, Moçambique - Líderes da África Austral assinaram hoje a Declaração de Maputo para a proteção e conservação dos ecossistemas florestais do Miombo na região, um instrumento que vai promover ações conjuntas e integradas para a recuperação e gestão do ecossistema.
“Moçambique é um campeão de ação climática e países vulneráveis, especialmente os da África, enfrentam crescentes inseguranças e migração em massa devido às mudanças climáticas. Mas há ações que devemos e devemos tomar agora” - Presidente Filipe Nyusi.
“A declaração promove ações conjuntas, coordenadas e integradas para a recuperação, gestão, monitoria e conservação das florestas de miombo e de outras formações florestais em toda a SADC”, declarou o Presidente da República.
Documento é resultado final da Conferência Regional sobre o Maneio Sustentável e Integrado da Floresta do Miombo realizada entre 4 e 5 de agosto em Maputo com a presença do Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, do Presidente do Zimbabue, Emmerson Mnangagwa, do Secretário Executivo da Comunidade de Desenvolvimento da áfrica Austral (SADC), Elias Magosi; ministros que tutelam as áreas do Ambiente, Recursos Naturais e Florestas da Zâmbia, Tanzânia, Botswana, República do Congo e da África do Sul.
Legenda: Conferência contou com a presença do Presidente Filipe Nyusi, Presidente Emmerson Mnangagwa, Secretário-Executivo da SADC, Elias Magosi, além de Ministros e delegações de 10 países da África Austral.
O objectivo do encontro centrava-se na conservação da biodiversidade e mitigação do impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas florestais de miombo, através do aumento da capacidade de gestão dos recursos naturais e introdução de métodos inovadores entre os países da região, assim como na proteção do Grande Zambeze.
A floresta do Miombo abrange 8 países e cerca de 65 milhões de pessoas dependem dela para seus meios socioeconômicos. Ela é de extrema importância para a protecção do meio ambiente, constituindo deste modo uma fonte de biodiversidade e de regulação do clima. Em Moçambique, a floresta de miombo ocupa 82% do território nacional.
Legenda: Floresta Catedral Mopane na Área de Gestão de Caça adjacente ao Parque Nacional de South Luangwa, Zâmbia.
Citando o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, Presidente Nyusi afirmou que “fazer as pazes com a natureza é a tarefa que define o século XXI. Deve ser a prioridade máxima para todos, em todos os lugares; Se queremos transformar nossa relação com a natureza, devemos fazê-lo juntos!”
Segundo o Presidente do Zimbabue, Emmerson Mnangagwa, os países da África Austral estão fazendo tudo ao seu alcance para proteger suas florestas autóctones.
“Estou imensamente orgulhoso que oito países da SADC se comprometeram a parar a exploração das nossas florestas; É nosso dever como zimbabuenses protegê-las”, continuou o Presidente Emmerson Mnangagwa.
Legenda: Presidente Nyusi e Presidente Mnangagwa chegam ao centro de conferência em Maputo.
Para a Coordenadora Residente das Nações Unidas e Coordenadora Humanitária para Moçambique, Myrta Kaulard, “as florestas estão no centro das soluções” e que “somente envolvendo todos os setores, investidores, empresas e pessoas que impactam ou dependem da natureza que abordaremos os principais fatores da degradação de ecossistemas”.
“Para forjar o futuro sustentável de que precisamos, mulheres e raparigas devem estar na frente e no centro, liderando o caminho e a ação climática”, continuou Myrta Kaulard, Coordenadora Residente da ONU.
Ao frizar que o grande potencial de sequestro de carbono da floresta do Miombo continua inexplorado, Myrta Kaulard parabenizou Moçambique por tornar-se o primeiro país a receber pagamentos do fundo para reduzir as emissões de desmatamento e degradação florestal, conhecido como REDD+, por reduzir as emissões de desmatamento e degradação florestal.
"O exemplo de Moçambique nos mostra que o multilateralismo funciona e pode oferecer soluções para as pessoas e para o planeta" - Myrta Kaulard, Coordenadora Residente da ONU.
"A ONU saúda a Declaração de Maputo sobre a Floresta do Miombo como exemplo de como instituições podem implementar uma visão estratégica e sustentável, ouvir as vozes das comunidades, promover a adaptação às mudanças climáticas, a conservação da biodiversidade e uso e maneio sustentável de recursos naturais", continuo.
Legenda: Myrta Kaulard, Coordenadora Residente das Nações Unidas e Coordenadora Humanitária para Moçambique, durante sua intervenção.
“Se queremos transformar a nossa relação com a natureza, temos de o fazer em conjunto”, frisou o Presidente Nyusi no no final de sua intervenção, referindo que a assinatura da Declaração de Maputo é um marco histórico na consolidação dos compromissos regionais para a conservação das florestas de miombo e do grande Zambeze.
"Não existe um 'planeta b'. Devemos agir agora para proteger o planeta", concluiu Presidente Nyusi.
A Declaração de Maputo permitirá aos países da região da África Austral harmonizar os seus quadros políticos para fortalecer as práticas de gestão dos recursos florestais sustentáveis, para as gerações presentes e futuras.
A Declaração estabelece uma zona de amortecimento florestal de 100 metros de ambos os lados da margem do Grande Zambeze e promove estratégias e boas práticas de conservação e gestão sustentável.
COP27
A Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP27) no Egito este ano representa oportunidade para garantir que as vozes africanas sejam ouvidas na primeira COP a ser realizada no continente.
De acordo com Myrta Kaulard, Chefe da ONU Moçambique, "isso significa construir sob a agenda da natureza de Glasgow olhando para como colocar soluções baseadas na natureza nas contribuições nacionalmente determinadas".
Segundo o Presidente, "as mudanças climáticas não conhece fronteiras".
"A cooperação climática deve nos ver trabalhando juntos além de nossos próprios interesses nacionais. Conservar as florestas de Miombo é do nosso interesse coletivo - para nosso povo, nossa prosperidade e nosso planeta", conitnuou o Presidente Nyusi.
"Moçambique, como todos os países de África, foi o que menos contribuiu para as alterações climáticas, mas é o que mais sofre", afirmou o Presidente Nyusi.
A reunião sobre o clima em Glasgow reconheceu a importância da natureza saudável para um clima saudável e para ajudar as comunidades e os países a se adaptarem às mudanças climáticas e para um desenvolvimento estratégico, inteligente e resiliente.
Na quinta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, em março, um pacote de resoluções deu impulso ao movimento pela natureza. Uma definição multilateral acordada de soluções baseadas na natureza nos forneceu uma base real para começar a construir tais soluções.