Fotos Históricas de Moçambique nas Nações Unidas
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Ao nos aproximarmos da eleição de Moçambique para o Conselho de Segurança pela primeria vez na história, olhamos para momentos históricos do país na ONU.
MAPUTO, Moçambique - Moçambique tornou-se o 141º Estado membro das Nações Unidas após a sua independência em 1975 e é um dos 62 membros da ONU que nunca estiveram no Conselho de Segurança. Concorrendo incontestado ao assento destinado ao Grupo Africano no Conselho das Nações Unidas e com o apoio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da União Africana, Moçambique prepara-se para assumir seu lugar no órgão da ONU responsável por manter a segurança e a paz internacionais.
Para marcar o momento histórico, veja 14 momentos históricos de Moçambique nas Nações Unidas:
18 de outubro de 1972: Conferência de Imprensa na Sede das Nações Unidas em Nova Iorque
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Da esquerda para a direita participando de uma conferência de imprensa realizada na Sede das Nações Unidas: Marcelino Dos Santos, Vice-Presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO); Salim Ahmed Salim (República Unida da Tanzânia), Presidente da Comissão Especial dos 24 para Implementação da Declaração sobre a Concessão da Independência e Amilcar Cabral, Secretário-Geral do Partido Africano para a Independência da Guiné (Bissau) e Cabo Verde (PAIGC).
A conferência de imprensa ocorreu após participação dos líderes em reunião do Comitê Especial de Descolonização, ou C-24. O C-24 foi criado em 1961 pela Assembleia Geral, como seu órgão subsidiário dedicado à questão da descolonização.
18 de Agosto de 1975: Conselho de Segurança Recomenda Adesão à ONU para Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique
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O Conselho de Segurança vota por unanimidade recomendar à Assembleia Geral a admissão às Nações Unidas da República de Cabo Verde, da República Democrática de São Tomé e Príncipe e da República Popular de Moçambique. Uma visão geral do Conselho ao votar a Resolução C, recomendando a admissão da República Popular de Moçambique, que foi aprovada por unanimidade.
16 de setembro de 1975: Assembleia Geral abre 30ª Período Ordinário de Sessões e Admite Três Estados às Nações Unidas - Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique
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A Assembleia Geral, abrindo o seu 30ª Período Ordinário de Sessões, elegeu Gaston Thorn, Primeiro-Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, como seu Presidente, e admitiu três novos Estados-Membros nas Nações Unidas: Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique.
Com os três novos membros, a Organização contava naquele momento com 141 Estados membros. Declarações de boas-vindas foram proferidas por várias delegações, tendo, em seguida, discursado na Assembleia o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Albilão Augusto Monteiro Duarte; o Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe, Miguel Trovoada; e o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Joaquim Alberto Chissano.
Na tribuna presidencial, na parte superior, a partir da esquerda: Secretário-Geral Kurt Waldheim; Presidente da Assembleia Gaston Thorn (Luxemburgo); e Bradford Morse, Subsecretário-Geral para Assuntos Políticos e da Assembleia Geral.
18 de setembro de 1975: Bandeiras de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique Hasteadas em Cerimônia na Sede da ONU
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As bandeiras de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique sendo hasteadas numa cerimônia realizada na Sede da ONU. Os três Estados foram admitidos como membros da ONU em 16 de setembro de 1975 como, respectivamente, 139º, 140º e 141º membros da Organização. O Secretário-Geral Kurt Waldheim fez uma declaração de boas-vindas durante a cerimônia.
Da esquerda para a direita: Abilao Augusto Monteiro Duarte, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde; Presidente da Assembleia Gaston Thorn (Luxemburgo); Sr. Waldheim; Miguel Torovoada, Primeiro Ministro de São Tomé e Príncipe; e Joaquim Alberto Chissano, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique.
15 de outubro de 1980: Conferência de Imprensa de Moçambique sobre a Questão da Independência do Timor-Leste
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Em conferência de imprensa, Chico Madeira (à esquerda), Director dos Assuntos Africanos e do Médio Oriente do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, apresenta José Ramos-Horta da Frente Revolucionária para a Independência de Timor-Leste (Fretilin) aos correspondentes internacionais na Sede da ONU.
Moçambique defendeu na ONU a independência de antigas colônias, sendo o primeiro país a reconhecer a independência do Timor-Leste assim como a apoiá-lo em sua diplomacia.
11 de agosto de 1996: Relatório das Nações Unidas sobre o Impacto do Conflito Armado sobre as Crianças Apresentado ao Terceiro Comitê da Assembleia Geral
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O Terceiro Comitê da Assembleia Geral, dedicado a temas relacionados à questões, sociais, humanitárias e culturais, em debate sobre a promoção e proteção dos direitos das crianças. Graça Machel (à esquerda), ex-Ministra da Educação de Moçambique e Perita nomeada pelo Secretário-Geral sobre o Impacto dos Conflitos Armados das Crianças, apresenta o seu relatório intitulado “O Relatório das Nações Unidas sobre o Impacto dos Conflitos Armados das Crianças”. À direita está o Secretário-Geral Boutros Boutros-Ghali.
No seu relatório inovador apresentado à Assembleia Geral, Graça Machel, ex-Ministra da Educação de Moçambique, destacou o impacto desproporcional da guerra nas crianças e identificou-as como as principais vítimas do conflito armado. O relatório levou à adoção da Resolução 51/77 da Assembleia Geral, que criou o mandato e recomendou que o Secretário-Geral nomeasse um Representante Especial sobre o impacto do conflito armado nas crianças.
24 de setembro de 2003: Secretário-Geral Kofi Annan Reúne-se com o Presidente da República de Moçambique
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O Secretário-Geral Kofi Annan (à direita) reúne-se com Joaquim Alberto Chissano, Presidente da República de Moçambique.
Depois de servir como Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano foi nomeado como Enviado Especial do Secretário-Geral Kofi Annan para promover eleições “pacíficas e credíveis” em abril de Guiné-Bissau de 2005.
As eleições no país lusófono da África Ocidental, marcadas para 19 de junho, foram “um passo importante na transição para o pleno restabelecimento da ordem e estabilidade constitucionais”.
Em 2006, Chissano foi novamente nomeado como Enviado Especial do Secretário-Geral, dessa vez para as Áreas Afetadas pelo Exército da Resistência do Senhor (Lord Resistancy Army) no Norte de Uganda.
22 de março de 2007: Conferência de Imprensa de Joaquim Chissano como Enviado Especial da ONU para o Norte de Uganda
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Joachim Chissano, Enviado Especial do Secretário-Geral para as Áreas Afetadas pelo Exército da Resistência do Senhor (Lord Resistancy Army) no Norte de Uganda, e ex-presidente de Moçambique, fala a jornalistas fora da Câmara do Conselho de Segurança, na sede da ONU em Nova Iorque.
Em dezembro de 2006, o Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, nomeou Joaquim Chissano – ex-Presidente de Moçambique – como seu Enviado Especial para as Áreas Afectadas pelo Exército de Resistência do Senhor (Lord's Resistancy Army - LRA). LRA foi formada no final da década de 1980 e atuou como milícia com um histórico terrível de violações dos direitos humanos, inicialmente no norte de Uganda.
Em 2006-20077, parecia possível que o Governo do Sudão do Sul pudesse intermediar um acordo de paz entre o Uganda e o LRA, e Chissano co-presidiu as conversações em Juba, Sudão. As negociações foram instáveis desde o início - embora Chissano seja creditado por ter desempenhado um papel importante na garantindo que eles não quebrassem muito cedo. Apesar de que o mandato de Chissano estivesse previsto para terminar em dezembro de 2009, o Secretário-Geral escolheu suspender a missão do Enviado a partir de 30 de junho de 2009, em resposta à falta de cooperação do Líder da LRA com o processo.
26 de setembro de 2007: Secretário-Geral Ban Ki-moon Reúne-se com o Presidente da República de Moçambique
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O Secretário-Geral Ban Ki-moon (à direita) encontra-se com Armando Emílio Guebuza, Presidente da República de Moçambique.
Durante o período que foi presidente, Guebuza apoiou as Nações Unidas enviando tropas e policiais para diferentes missões de paz da ONU. Presidente Guebuza atuou como Campeão da Educação do Secretário-Geral entre 2013 e 2014.
26 de setembro de 2015: Secretário-Geral Ban Ki-moon reúne-se com o Presidente da República de Moçambique
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O Secretário-Geral Ban Ki-moon (à direita) encontra-se com Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique, logo após a sessão da Assembleia Geral da ONU que aprovou por unanimidade a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
24 de setembro de 2018: Secretário-Geral António Guterres Reúne-se com o Presidente da República de Moçambique
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O Secretário-Geral António Guterres (à direita) encontra-se com Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique.
O Secretário-Geral elogiou o Presidente Nyusi pelos progressos alcançados durante as negociações para uma paz duradoura e assegurou-lhe que a comunidade internacional está ao lado do povo moçambicano, à medida que o país dá os próximos passos para uma paz sustentável.
11 de junho de 2019: Secretário-Geral António Guterres Reúne-se com o seu Enviado Pessoal para Moçambique
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O Secretário-Geral anunciou a 8 de julho de 2019 a nomeação de Mirko Manzoni, da Suíça, como seu enviado pessoal para Moçambique. Nesta função, o Sr. Manzoni presta apoio de bons ofícios na facilitação do diálogo entre o Governo de Moçambique e a RENAMO e na assinatura e subsequente implementação de um acordo de paz entre as partes.
Por meio do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo assinado em agosto de 2019 por Filipe Nyusi e Ossufo Momade, líderes do Governo e da RENAMO deram mais um passo rumo ao alcance de uma paz definitiva no país por meio do diálogo.
No âmbito do Acordo de Paz e com apoio do Enviado Pessoal, o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) já desmobilizou 3.558 dos 5,221 ex-combatantes da RENAMO, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas. Ao todo, 12 das 16 bases foram desativadas.
Na foto, o Secretário-Geral António Guterres (à direita) encontra-se com Mirko Manzoni, seu Enviado Pessoal para Moçambique.
21 de setembro de 2020: Presidente Filipe Nyusi Discursa em Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral para comemorar o 75º aniversário das Nações Unidas
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Filipe Jacinto Nyusi (nos ecrãs), Presidente da República de Moçambique, discursa na Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral para comemorar o septuagésimo quinto aniversário das Nações Unidas.
Em seu discurso, o Presidente Filipe Nyusi reiterou compromisso do país com as Nações Unidas, lembrando o papel importante da organização no processo de descolonização e na proteção de milhões de pessoas vulneráveis.
Filipe Nyusi marcou 45 anos de cooperação entre Moçambique e ONU com a reafirmação do “compromisso perante os princípios” do tratado internacional, conhecido como da Carta das Nações Unidas.
27 de setembro de 2021: Ministra dos Negócios Estrangeiros de Moçambique Discursa em Debate na Assembleia Geral
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Verónica Nataniel Macamo Dlhovo, Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique, discursa no debate geral da 76ª Sessão da Assembleia Geral.
O combate ao coronavírus em Moçambique foi um dos temas centrais do discurso do país durante a 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Durante a intervenção, a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macano, afirmou que Moçambique tomou várias medidas para combater a pandemia, incluindo “aumento da capacidade de testagem, campanhas sobre prevenção dentro das comunidades” e restrições.
A Ministra moçambicana abordou a “expansão do terrorismo e do extremismo violento”, que, aliada à expansão do comércio de armas, constitui “uma ameaça séria à paz e segurança a níveis nacional, regional e global”. Assinalou também que Maputo tem “desencadeado uma resposta coordenada” para enfrentar o conflito no norte do país – incluindo através da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e das Forças Armadas do Ruanda –, que “felizmente” têm resultado em “progressos no combate ao terrorismo”.
A Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique também apelou aos Estados-membros da ONU para que apoiem o país na sua candidatura a membro não-permanente no Conselho de Segurança da organização.
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