MAPUTO, Moçambique - As Nações Unidas saúdaram o facto do governo ter alcançado pela primeira vez a paridade de género no Conselho de Ministros. O número de homens e mulheres atingiu o equilíbrio depois da remodelação realizada em março pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
Entre os 22 ministros membros do Governo - incluindo o primeiro-ministro -, há 11 homens e 11 mulheres.
Em mensagem no Twitter, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres deu os parabéns ao país.
"Felicito Moçambique por alcançar a paridade de género a nível ministerial pela primeira vez na história do país. Somente com a participação igualitária das mulheres em todas as esferas podemos alcançar um futuro melhor para todos" - António Guterres.
O Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e a Coordenadora Residente no país saudaram em comunicado a acção.
"Alcançar a paridade de género no Conselho de Ministros é um marco histórico", referiram os dirigentes da ONU, dizendo ser "reflexo do trabalho mais amplo para promover a igualdade" e a emancipação das mulheres.
Globalmente, apenas um quinto dos cargos ministeriais são ocupados por mulheres, sublinham Mirko Manzoni, representante pessoal de António Guterres, e Myrta Kaulard, Coordenadora Residente.
"Ao alcançar a paridade de género entre os Ministros de Estado, Moçambique está liderando pelo exemplo em como construir uma sociedade mais pacífica, inclusiva e resiliente", afirmaram os dirigentes da ONU.
Moçambique junta-se "a um grupo de apenas 14 países que alcançaram a paridade de género a este nível e é o terceiro país em África a ter 50% ou mais de mulheres em cargos ministeriais".
Os dois dirigentes recordam ainda que a paridade tinha sido uma promessa feita por Nyusi em 2021, no Dia da Mulher Moçambicana, feriado que se celebra em 07 de abril e afirmam que o país "mostra ao mundo que a pandemia não pode ser usada como desculpa para colocar a paridade em espera".
"A paridade de género é um esforço coletivo. As Nações Unidas reafirmam o seu total empenho em trabalhar em conjunto com as instituições moçambicanas e todas as partes da sociedade para alavancar esta conquista histórica da paridade de género a todos os níveis", concluem Mirko Manzoni e Myrta Kaulard.
As estatísticas oficiais e de organizações internacionais colocam Moçambique perante vários desafios: uma em cada quatro mulheres moçambicanas é vítima de violência baseada no género durante a sua vida e cerca de metade das raparigas moçambicanas são casadas ou estão numa união antes dos 18 anos.