Mensagem de Vídeo do Secretário-Geral por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e Raparigas
25 novembro 2021
- Mensagem do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e Raparigas.
NOVA IORQUE, EUA - A violência contra mulheres e meninas continua a ser a questão de direitos humanos mais prevalente e urgente no mundo de hoje.
É um crime abominável e uma emergência de saúde pública, com consequências de longo alcance para milhões de mulheres e meninas em todos os cantos do globo.
Os dados mais recentes da ONU Mulheres confirmam que, durante a pandemia da Covid-19, os níveis de violência contra mulheres e meninas aumentaram.
Em 13 países, quase metade de todas as mulheres relatou que elas ou uma mulher que conhecem começaram a sofrer violência de género durante a pandemia.
Quase um quarto das mulheres relatou que os conflitos domésticos se tornaram mais frequentes. Uma proporção semelhante disse que se sentia menos segura em casa.
A violência em qualquer parte da sociedade afeta-nos a todos. Das cicatrizes que ficarão na próxima geração ao enfraquecimento do tecido social.
Há uma relação direta entre a violência contra as mulheres, a opressão civil e o conflito violento. Da violação e escravidão sexual usadas como ferramentas de guerra, à misoginia presente no extremismo violento.
Mas a violência contra as mulheres não é inevitável. As políticas e programas certos geram resultados.
Tal significa estratégias abrangentes e de longo prazo que enfrentem as raízes da violência, protejam os direitos das mulheres e meninas e promovam movimentos fortes e autónomos que defendam os direitos das mulheres.
Esse é o modelo que as Nações Unidas construíram através da sua parceria com a União Europeia, a Spotlight Initiative.
No ano passado, em países parceiros, assistimos a um aumento de 22 por cento dos processos penais contra perpetradores.
Oitenta e quatro leis e políticas foram aprovadas ou fortalecidas. E mais de 650.000 mulheres e meninas puderam ter acesso a serviços de violência de género, apesar das restrições relacionadas com a pandemia.
A mudança é possível.
Agora é hora de redobrar os nossos esforços para que, juntos, possamos eliminar a violência contra mulheres e meninas até 2030.
