CHIMOIO, Moçambique
Ilustres Membros do Governo, da família das Nações Unidas e dos parceiros de cooperação;
Estamos aqui reunidos hoje porque acreditamos que a paz é algo possível para Moçambique. Temos testemunhado os esforços colectivos dos membros da comunidade, dos beneficiários do DDR e das autoridades locais, apenas para citar alguns, que tomaram a decisão consciente de avançarem juntos rumo a uma vida pacífica.
Enquanto elemento fundamental do processo de paz com apropriação nacional, a componente de desarmamento, desmobilização e reintegração registou o estabelecimento de mais de 2.700 indivíduos nas comunidades da sua escolha para darem início à sua jornada de reintegração, e as comunidades estão a acolher estas mulheres e estes homens de braços abertos.
Temos visto repetidamente moçambicanos a abraçarem o diálogo e a reconciliação nas trocas que ocorrem no seu dia-a-dia.
O recente falecimento de Mariano Nhongo, ex-líder da Junta Militar da Renamo (JMR), não deverá fazer-nos perder de vista o objectivo de alcançar uma paz definitiva e, mais importante ainda, não deverá fazer-nos esquecer os progressos alcançados até à data no sentido de incutir uma cultura de diálogo e de paz em Moçambique.
O dia de hoje representa uma oportunidade chave para reflectirmos sobre as realizações e os investimentos futuros em prol da paz em Moçambique.
Apesar dos desafios que enfrentámos, incluindo a JMR e a COVID-19, orgulhamo-nos do facto de o processo de paz ter mantido o foco centrado no ser humano, valorizando as necessidades e as capacidades de todos aqueles envolvidos.
À medida que o foco do processo de paz migra para a sustentabilidade a longo prazo, e que mais beneficiários se estabelecem nas comunidades por eles seleccionadas, as actividades de reintegração e reconciliação assumem cada vez maior importância.
A promoção da paz e da reconciliação a todos os níveis é da responsabilidade de cada um de nós e todos nós temos papéis importantes a desempenhar.
O programa DELPAZ, que é lançado hoje, irá desempenhar um papel importante na consolidação da paz no centro de Moçambique, através da melhoria dos meios de subsistência das comunidades rurais em distritos seleccionados das províncias de Sofala, Manica e Tete.
Deve ser uma paz inclusiva que trabalhe em parceria com as estruturas locais com vista a melhorar as oportunidades de subsistência, com enfoque nas mulheres, jovens e grupos desfavorecidos, bem como nas comunidades vulneráveis e afectadas por conflitos. Ao envolvermos todos, estamos a dar à paz uma melhor hipótese de ter sucesso.
Todos os sectores da sociedade, desde o nível local ao nacional, podem contribuir positivamente para a unidade nacional, a paz e a reintegração, e, juntos, devemos fazer face aos principais desafios com que nos confrontamos e ultrapassá-los em conjunto.
À medida que a paz se vai consolidando em Moçambique, encorajamos todos a que tenham orgulho nela. Todos nós ganhamos com a paz, mas temos de continuar a trabalhar em conjunto para que ela se torne uma realidade permanente. O futuro de Moçambique deve ser construído com base numa Cultura de Paz.