Maior órgão deliberativo da ONU ainda precisa encontrar paridade de gênero em seu mais alto escalão. Novo livro “4 out of 74” ou “4 de 74” analisa fatores.
NOVA IORQUE, EUA - A igualdade de gênero é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, o de número 5. A meta da Agenda 2030 é justamente melhorar os indicadores socioeconômicos ao redor do globo combatendo a pobreza e a fome, a mudança climática, promovendo educação de qualidade e colocando mais mulheres em posições de liderança pelo mundo, entre outros avanços.
Mas um dos seis órgãos principais das Nações Unidas, a Assembleia Geral, deve realizar mais esforços para alcançar a paridade de gênero, especialmente na liderança da casa.
Esta é a opinião do presidente da 75ª. Sessão, que deixa o posto nesta terça-feira, Volkan Bozkir, e apoiou o lançamento do livro “4 out of 74” ou “4 de 74”, escrito pela última presidente mulher da Assembleia Geral e ex-chanceler do Equador, María Fernanda Espinosa.
Legenda: Segundo o presidente da 75ª. Sessão, que deixa o posto nesta terça-feira, Volkan Bozkira, a Assembleia Geral, deve realizar mais esforços para alcançar a paridade de gênero, especialmente na liderança da casa.
Nesta entrevista à ONU News Português, de Berlim, na Alemanha, ela fala do desafio da mulher na política e em postos de liderança em organizações internacionais.
“A grande mensagem aqui é que quatro mulheres em 76 anos de história na Presidência da Assembleia Geral é um número altamente insuficiente. E temos que fazer muito, muito mais para garantir que mais mulheres estejam no mundo da diplomacia, nos espaços de tomada de decisão e nos lugares de liderança que lhes correspondem.”
Legenda: Presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, discursa na Assembleia Geral.
Espinosa conta que o livro é dedicado a mulheres jovens que querem fazer uma carreira nacional e estar em espaços de poder como merecem. No cargo, María Fernanda Espinosa realizou várias inciativas para aumentar a participação de mulheres na política e em cargos eletivos. Em 2019, ela convidou a Nova Iorque todas as Chefes de Estado e Governo mulheres, o que equivalia na época a 10% dos postos em todo o globo.
O livro “4 de 74” apresenta as quatro mulheres a presidirem a Assembleia Geral até agora: Vijaya Lakshmi Pandit, da Índia, presidente da 8ª Sessão em 1953. E Angie Elizabeth Brooks, da Libéria, que liderou a 24ª. sessão em 1969.
Legenda: A próxima sessão da Assembleia Geral, a de número 76, começa nesta terça-feira. O novo líder da casa é o chanceler das Maldivas, Abdulla Shahid.
A terceira presidente feminina da casa foi Sheika Haya Rashed Al Khalifa, de Bahrein, da 61ª. sessão, em 2006 e María Fernanda Espinosa, do Equador, que presidiu a 73ª. Sessão em 2018, e foi a primeira mulher latino-americana a ocupar o posto.
O livro “4 out of 74” foi patrocinado pelo Fundo do Escritório da Presidente da Assembleia Geral com o apoio da Missão da Itália junto à ONU. O lançamento da publicação foi feito no início deste mês num debate na internet do qual participaram a ex-presidente da Casa, María Fernanda Espinosa, o atual líder da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, os embaixadores da Índia, da Libéria e de Bahrein, a embaixadora das Maldivas Thilmeeza Hussain e Anita Bhatia, vice-chefe da ONU Mulheres além de outros.
A próxima sessão da Assembleia Geral, a de número 76, começa nesta terça-feira. O novo líder da casa é o chanceler das Maldivas, Abdulla Shahid.