Moçambique Lança Suplemento Nutricional durante Dia da Medicina Tradicional Africana

MAPUTO, Moçambique – Em Moçambique, o Lançamento de um Suplemento Nutricional à base de produtos naturais de fácil acesso localmente, no dia 31 de Agosto de 2021 foi o ponto mais alto das celebrações do Dia da Medicina Tradicional Africana. O lema escolhido para as celebrações deste ano é Contribuição Potencial da Medicina Tradicional à Resposta à COVID-19.

O suplemento denominado “EKUME” o que significa Saúde na língua Portuguesa, lançado pela Vice-Ministra da Saúde em Maputo, Dra. Lidia Cardoso, foi resultado de uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Universidade Pedagógica. O mesmo destina-se às populações vulneráveis e é constituído por uma mistura composta por farinha de Banana, Malambe, Soja, Mapira, Milho, entre outras.

Ela apelou ao sector privado para massificar a produção do EKUME por forma a que esteja disponível nas unidades sanitárias em benefício aos grupos vulneráveis.

Na ocasião, a Dra Lidia Cardos revelou que o Ministério da Saúde (MISAU) possui outras pesquisas científicas em curso com destaque para a moringa, alho, artemísia, eucalipto, uma vez que os mesmos são usados como medicamentos alternativos sem descorar a medicina moderna.

A Vice-Ministra da Saúde reconheceu o papel da medicina tradicional em Mocambique, desde o início da pandemia da COVID-19. Em coordenação como a Associação dos Praticantes da Medicina Tradicional (AMETRAMO), o MISAU capacitou 10 500 Praticantes da Medicina Tradicional (PMT) nas áreas de COVID 19, Tuberculose, Malária, HIV e nutrição. Como resultado destas formações foram realizadas 3050 palestras na comunidade beneficiando cerca de 25.000 pessoas. 

“Os praticantes da Medicina Tradicional referiram às nossas Unidades Sanitárias 2050 pessoas suspeitas de COVID 19, HIV, Tuberculose e Malária”, revelou a Dra. Lidia Cardoso.   

Por seu tuno o Presidente do Conselho Municipal de Maputo, Dr. Eneias Comiche, manifestou a sua satisfação “com as iniciativas da Organização Mundial da Saúde e da União Africana de promover a medicina tradicional africana e alternativa, bem como da sábia decisão do Governo de Moçambique de formalizar o reconhecimento legal e a valorização de que gozam os praticantes da medicina tradicional e alternativa no nosso País (…)”.

O Dr. Eneias Comiche disse que Moçambique, já conta com quadros altamente formados e cientistas em todas as áreas de conhecimento, o que permite investigar e descobrir formas modernas de processar as plantas medicinais que existem no nosso meio e transformá-las ou utilizá-las como ingredientes para vários tipos de remédios e doenças.

"Acreditamos que os passos que estão sendo dados para a integração dos praticantes da medicina tradicional e alternativa, desde que foi aprovada a Política de Medicina Tradicional e a Estratégia da sua Implementação, criaram um ambiente favorável à investigação científica, cujos resultados nos orgulham a todos", frisou Dr. Eneias Comiche.

“Como moçambicanos e munícipes de Maputo, sentimo-nos honrados e a nossa autoestima elevada bem alta, por podermos testemunhar a divulgação do estudo sobre o suplemento com produtos naturais e o lançamento do produto “EKUME” que resulta desse estudo”, frisou o Presidente do Conselho Municipal.

O Representante Interino da Organizações Mundial da Saúde (OMS) em Moçambique, Dr. Tomas Valdez,  citando à mensagem da Directora Regional da OMS para a Africa, Dra M. Moeti, disse que em 2020, “a OMS, a Comissão da União Africana e o CDC de África lançaram conjuntamente a Comissão Consultiva Regional de Peritos sobre Medicina Tradicional para a Resposta à COVID-19, com o objectivo de acelerar o ritmo da investigação, apoiando os países na colaboração em ensaios clínicos de medicamentos tradicionais, em conformidade com as normas internacionais”.

“Estamos a assistir ao surgimento de terapias novas e promissoras de medicina tradicional no âmbito da resposta à COVID-19, com mais de 14 países africanos a realizarem ensaios para diferentes produtos em desenvolvimento, alguns dos quais já em ensaios clínicos de fase III", revelou o Dr. Valdez, referindo-se à mensagem da Dra M. Moeti aos países do continente africano.

"A OMS e outras organizações multilaterais estão a desempenhar um papel fundamental no apoio ao reforço das capacidades no sector da medicina tradicional, incluindo o desenvolvimento da produção local”, continuou.

O representante da AMETRAMO, reafirmou a colaboração com o sector da Saúde, com destaque a referência de pacientes e a mobilização social para a prevenção de doenças e promoção da Saúde.

Entre outros participaram no evento o Secretário de Estado da Cidade de Maputo, Dr. Vicente Joaquim, o magnifico reitor da Universidade Pedagógica, Professor Dr. Jorge Ferrão, investigadores, cientistas, quadros do sector da saúde, praticantes da Medicina Tradicional e Alternativa.