A obra que abastecerá 72 Unidades Sanitárias foi executada pelo PNUD e Ministério da Saúde, com financiamento do Fundo Global.
Chimoio, Moçambique - A Província de Manica, na região central de Moçambique, passa a ter melhores condições de conservação de medicamentos com o recém-inaugurado Armazém Intermediário de Medicamentos e Artigos Médicos de Chimoio. A abertura do espaço foi oficializada no dia 1º de Julho de 2021 em cerimónia dirigida pelo Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, no âmbito do Programa Quinquenal do Governo 2020-2024 e da implementação do Plano Estratégico de Logística Farmacêutica no país.
A obra foi executada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Ministério da Saúde (MISAU), no escopo do programa “Fortalecimento do Sistema de Saúde”, com financiamento do Fundo Global em cerca de 5 milhões de dólares americanos, tendo como empreiteiro a PANLEEN, Lda; como fiscal da obra a CONSULMAR; e como beneficiária final a Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM) do MISAU.
Legenda: Armazém Intermediário de Medicamentos e Artigos Médicos de Chimoio.
O armazém trará maior eficiência e controle na gestão de medicamentos e produtos relacionados uma vez que subtitui armazéns de menor porte localizados nos distritos e passará a abastecer as Unidades Sanitárias diretamente – o que permitirá uma reposição de estoque mais estratégica, rápida e atempada a levar em conta prazos de validade e quantidade de produtos encaminhados, com mentalidade para a redução de desperdícios e aumento da segurança.
No seu discurso, durante o ato de inauguração, S.Exa. o Presidente da República, Filipe Nyusi, assegurou que “a obra, construída de raíz, incluiu o apetrechamento com equipamento moderno, com uma capacidade instalada correspondente a um volume de 2.278 m2, tornando-o num Armazém de Medicamentos e Artigos Médicos de referência no país".
"Ficamos a saber, com satisfação, do facto deste armazém poder abastecer directamente 72 unidades sanitárias do distrito de Chimoio e distritos circunvizinhos”, afirmou S.Exa. o Presidente da República, Filipe Nyusi.
Legenda: S.Exa. o Presidente Nyusi em discurso na Cerimónia de Inauguração.
A nova instalação é a segunda do tipo já construída, de um grupo de 30 Armazéns Intermediários previstos pelo MISAU-CMAM no território nacional, o que resultará na substituição de 11 depósitos provinciais e 240 depósitos distritais.
Princípios de inclusão e resiliência às alterações climáticas foram seguidos no projeto do armazém, que compreendeu: a construção numa área de quatro hectares, com capacidade de 1.620 paletes, incluindo escritórios, armazém principal, armazém para vacinas equipado com câmaras frigoríficas, guaritas, casa de máquinas e parque de estacionamento; entrega de equipamentos de manuseio e gestão – empilhadeiras, racks, prateleiras e outros.
Adiciona-se o facto de estar equipado com um sistema electrónico de detecção de fumos e outros mecanismos, como um depósito de água para garantir a segurança contra os incêndios.
O Armazém de Chimoio também foi o primeiro a receber uma incineradora contentorizada para o sistema de tratamento de resíduos e que pode funcionar alternativamente com combustível renovável, óleo queimado, o que reduzirá significativamente os custos de manutenção e gestão.
No âmbito da parceria PNUD-MISAU, foram desenvolvidos, em conjunto com a CMAM, desenhos e diretrizes técnicas para a instalação e manuseio desse modelo de incineradora móvel para facilitar a formação futura do pessoal dos armazéns. Neste contexto, outras duas incineradoras serão igualmente instaladas nas províncias de Nampula e Gaza, para apoiar a gestão de resíduos nas regiões Norte e Sul do país.
“Como é de conhecimento de todos, o lixo hospitalar é um perigo, por isso, deve ser descartado com muito cuidado e de forma segura. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o lixo hospitalar é perigoso, contém elementos tóxicos ou radioactivos e 15% do volume produzido pode infectar. Outros resíduos podem cortar ou perfurar e se forem mal descartados, podem poluir o meio ambiente e causar danos à saúde pública", ressaltou S.Exa. o Presidente da República.
"Assim, com a instalação e funcionamento da incineradora no Armazém Intermediário de Chimoio, o Ministério da Saúde fará uma melhor gestão dos resíduos farmacêuticos, contribuindo desta forma para a melhoria do meio ambiente e da saúde pública”, continuou S.Exa. o Presidente.
No decorrer da obra, cerca de 120 pedreiros e artesãos foram contratados, sendo a maioria das comunidades locais.
As mulheres – que raramente estão inseridas na área de construção civil – também foram integradas nos trabalhos de jardinagem e limpeza com o intuito de promover sua renda familiar adicional. Igualmente, líderes locais foram consultados sobre questões de sustentabilidade ambiental do novo espaço e estes transmitiram a visão da comunidade de que o armazém representava mais um passo do desenvolvimento local.
Legenda: Trabalhadores no novo Armazém de Chimoio.
“Desafiamos os gestores deste Armazém Intermediário de Chimoio a pautarem pelas melhores práticas de conservação deste património, garantindo a sua preservação e manutenção permanente e contamos com o apoio das estruturas da província de Manica, em diferentes níveis”, relembrou Nyusi.
Apesar da situação pandémica da Covid-19 ter impactado a generalidade dos trabalhos de construção civil, o PNUD, em coordenação com a empreiteira e a fiscalização, e colaboração do MISAU (Departamento de Infraestrutura e CMAM), pôde garantir a entrega do Armazém dentro do cronograma planejado junto de medidas contínuas para a mitigação de riscos de contaminação.
Por ocasião da cerimónia de inauguração, o Representante Residente Adjunto do PNUD Moçambique, Francisco Roquette, afirmou que a organização continua “a apoiar a aposta do Governo de Moçambique, por meio do Ministério da Saúde, na melhoria da cadeia de abastecimento – pelo que continuaremos a apoiar a expansão da cobertura de assistência na saúde e outras áreas de serviços essenciais aos moçambicanos. Já estamos empenhados na reabilitação do Armazém da Beira, que passará a ter uma capacidade de mais de 5.000 paletes”.