Declaração atribuída ao Porta-voz do Secretário-Geral sobre Moçambique

Nova Iorque, EUA - Em Moçambique, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) disse hoje que a escalada da violência na Província de Cabo Delgado continua a provocar deslocamentos massivos, na sequência dos recentes ataques de grupos armados não estatais e confrontos em curso relatados em Palma desde 24 de março. A situação de segurança permanece volátil e preocupante.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) já registou cerca de 8.000 pessoas nos pontos de chegada em Nangade, Mueda, Montepuez e Pemba. Milhares chegaram hoje a Pemba e outras áreas de Cabo Delgado.

Temos informações de que centenas de pessoas ainda estão tentando deixar Palma agora e milhares estão fazendo o seu caminho a pé, de barco e de estrada. Alguns estão sendo resgatados pelos Serviço Aéreo Humanitáriosda ONU e outros grupos da sociedade civil.

Por sua vez, o Fundo Nações Unidas para a População (UNFPA) está pré-posicionando kits de parto e medicamentos essenciais para apoiar mulheres grávidas e mães deslocadas.

O Programa Mundial para a Alimentação (PMA) disse que aumentou a assistência e pretende alcançar até 50.000 pessoas afetadas pelos ataques. O Serviço Aéreo Humanitário da ONU, administrado pelo PMA, está fornecendo uma ponte aérea para transportar equipes médicas e humanitárias essenciais o mais próximo possível dos locais operacionais, bem como fornecer evacuação médica de pessoas necessitadas.

Também hoje, em declaração conjunta, a Representante Especial do Secretário-Geral para Crianças e Conflitos Armados, Virginia Gamba; junto com a Representante Especial do Secretário-Geral sobre Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten; e o Representante Especial do Secretário-Geral para a Violência contra as Crianças, Najat Maalla M’jid, condenou veementemente os brutais e horríveis atos de violência relatados na província de Cabo Delgado. Eles enfatizaram que a proteção e as necessidades humanitárias da população civil, especialmente mulheres e crianças, devem ser atendidas com urgência.