OIM chama a atenção para doentes crônicos afetados pelo ciclone
08 fevereiro 2021
Província central de Sofala tem 360 mil pessoas precisando de apoio humanitário; recente tempestade causou sete mortes e deixou 15 feridos.
Maputo, Moçambique - A Organização Internacional para as Migrações junto com outras entidades das Nações Unidas e parceiros apoiam a resposta humanitária do Governo de Moçambique aos afetados pelo ciclone Eloíse no centro do país.
A agência da ONU fez um levantamento das necessidades locais como parte da Avaliação da Matriz de Rastreio de Desclocamentos, juntamente com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastre, INGD.
Materiais de prevenção
A recomendação é que seja dada prioridade aos doentes crônicos em centros de acolhimento. Outras necessidades são alimentação, água potável, kits de higiene, materiais de prevenção contra Covid-19, redes mosquiteiras, cobertores, lanternas, materiais de primeiros socorros.
A líder do grupo de saúde da OIM na Beira, Angélica Sitoe, revelou por que a situação de saúde merece primazia nas ações de auxilio.
“Estamos muito preocupados com os doentes crônicos. Através da monitoria dos centros de acomodação com governo local e parceiros, a OIM esta a trabalhar na identificação de pessoas vulneráveis dentro do centro de acomodação a fim de encaminhar os doentes às instalações de saúde. Esta preocupação é agravada porque infelizmente muitas instalações de saúde foram danificadas pelo ciclone Eloíse”.
Angélica Sitoe disse haver necessidade de um trabalho conjunto para apoio humanitário aos afetados pelo ciclone. A pandemia da Covid-19 é outra preocupação da agência.
Desafios
“Os desafios que a OIM esta a ter nesta missão é obter as imagens claras do impacto e as necessidades, uma vez que as áreas ainda permanecem inacessíveis e mais da metade dos deslocados de reinstalação tem acesso restrito devido aos danos, das vias aéreas, estradas, inundações…devido ao ciclone vários e vários locais estão inacessíveis”.
Enquanto as Nações Unidas, o governo, e parceiros redobram esforços para minimizar a crise dos afetados, Tonito Fernando um dos afetados que vive no Bairro Mungassa na cidade da Beira, reabilita a casa para o bem-estar da família. Ele contou às ONU News como foi o dia da passagem do ciclone Eloise.
“A família estava aqui dentro de casa, depois saímos para escola quando vimos uma casa a ser destruída pelo vento. Levamos a família para a escola era o único e melhor lugar seguro. Agora já não temos nada… o teto caiu, a casa não, estamos a recuperar a casa, como vê estou apanhar estes plásticos para cobrir a casa, para aguentar pelo menos viver até lá… estou a pregar para ver se pelo menos vamos conseguir dormir esta noite".
Reconstrução
Cerca de 160 funcionários da OIM trabalham com parceiros humanitários para assegurar uma resposta coordenada.
Os funcionários da agência sensibilizam sobre a necessidade de manter o distanciamento físico, distribuem sabão, máscaras faciais de pano aos mais vulneráveis, enquanto unidades móveis prestam primeiros socorros à população na área psicológica.
Dados do INGD indicam que devido ao ciclone Eloise e Chalane cerca de 367 mil, ou 71 mil famílias, foram afetadas. Destas, 15 vítimas ficaram feridas e sete perderam a vida.
No setor de infraestrutura foram destruídas parcialmente 27 mil casas. Pelo menos 16 mil delas foram totalmente danificadas, além de 883 tendas, 77 edifícios públicos, 150 locais de culto e quatro armazéns.