OIM Lança Apelo para Apoiar Moçambicanos Afectados pela Tempestade Tropical Chalane
12 janeiro 2021
O Apelo da OIM de US$ 2 milhões facilitará a resposta de emergência a aprox. 24 mil pessoas em locais de reassentamento afectadas pela tempestade Chalane.
Maputo, Moçambique - O Apelo Urgente da Organização Internacional para as Migrações para apoio na sequência da tempestade tropical Chalane, publicado hoje, solicita quase 2 milhões de dólares americanos para facilitar a resposta de emergência a mais de 24.000 pessoas em locais de reassentamento afectados pela tempestade no centro de Moçambique e mais de 61,000 pessoas vulneráveis que necessitam preparar-se para a estação chuvosa. De acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e Redução de Riscos (INGD) de Moçambique, mais de 73.000 pessoas foram afectadas pela tempestade no total.
No dia 30 de dezembro, a tempestade tropical Chalane atingiu o centro de Moçambique com ventos e chuvas fortes. Foi realizada uma avaliação rápida pela Matriz de Monitoramento de Deslocamentos– (DTM) da OIM em colaboração com o INGD, entre 31 de Dezembro e 2 de Janeiro, para avaliar os danos causados pela tempestade tropical Chalane; clique aqui para ler o Relatório Rápido da IOM.
A avaliação concluiu que cerca de 5.000 famílias em 52 locais de reassentamento nas Províncias de Manica e Sofala foram afectadas, incluindo milhares de pessoas anteriormente deslocadas pelo ciclone Idai em 2019. Dentre esses os sítios de reassentamentos, 4.938 tendas e abrigos foram destruídos ou parcialmente danificados além de mais de cinco centros de saúde e duas escolas foram danificadas.
Uma avaliação de vulnerabilidade adicional da OIM e autoridades distritais conclui que a destruição de abrigos aumentou o risco relacionados à proteção de grupos vulneráveis, especialmente os idosos, crianças e mulheres chefes de família e portadores de necessidades especiais.
"A tempestade tropical Chalane foi assustadora. Os meus dois netos pequenos choravam e agarravam-se a mim. Os painéis voaram do telhado do nosso abrigo nas primeiras horas após a tempestade. Fugimos para uma grande tenda que estava apenas a 100 metros de distância, era tão difícil andar com o vento forte, que pensámos que as árvores vizinhas iriam cair", diz Ana Gerimias, 87 anos de idade, residente do reassentamento de Magaro, Distrito de Sussundenga.
"O nosso abrigo se desmoronou e perdemos muitos objectos pessoais durante a tempestade. Toda a nossa comida estava encharcada e arruinada. Não fomos capazes de celebrar o novo ano. Depois da tempestade, os membros da comunidade ajudaram a levantar a nossa tenda anterior. Desde o Idai que não temos tido boas condições de abrigo. Adicionámos painéis no telhado, bambu e postes ao nosso antigo abrigo, mas ainda assim a chuva entra e o chão está molhado", disse Ana Gerimias.
A Chefe de Missão da OIM Moçambique, Laura Tomm-Bonde, afirmou que "a tempestade tropical Chalane afectou populações que permaneceram extremamente vulneráveis após o ciclone Idai. A OIM está a trabalhar com o Governo de Moçambique e parceiros humanitários para avaliar os danos e responder com prontidão".
"Esse é apenas o início da época das chuvas e dos ciclones, esperam-se chuvas e ventos mais fortes". As famílias afectadas necessitam urgentemente de apoio e as famílias vulneráveis necessitam de serviços e assistência para melhorar a qualidade de abrigo, a fim de resistir a mais chuvas e ventos nos próximos meses", afirmou a Chefe de Missão da OIM.
A resposta da OIM à tempestade tropical Chalane incluiu até o momento primeiros socorros psicológicos às pessoas afectadas para aliviara angústia sofrida devido à exposição repetitiva a uma calamidade natural, brigadas móveis de saúde e de saúde mental, a presença contínua de equipas de protecção e activistas para assegurar o acesso aos encaminhamentos e serviços. Foi também prestado apoio logístico e técnico às autoridades provinciais e distritais na Coordenação e Gestão dos Acampamentos.
O apelo abrange diversas áreas de necessidade crítica: Abrigo e Artigos Não Alimentares, Coordenação e Gestão de Acampamentos (CCCM em sua sigla em inglês), Saúde, Protecção, Saúde Mental e Serviços Psicossociais (MHPSS em sua sigla em inglês) e Monitoramento de deslocamento. As áreas focais incluem resposta às necessidades imediatas, partilha de informação com as comunidades afectadas por meio do apoio à resposta humanitária do governo e sobre a preposição de abrigos e kits de artigos não alimentares para assegurar uma resposta imediata à época chuvosa e à temporada de ciclones.
De Março de 2019 a Dezembro de 2020, a OIM Moçambique assistiu mais de 800.000 pessoas com apoio de emergência e recuperação após os ciclones Idai e Kenneth.