Dia Mundial da Alimentação é marcado neste 16 de outubro com comemoração liderada pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
Maputo, Moçambique - O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário desafiou a necessidade da contínua criação de condições e de desenvolvimento de acções que garantam o aumento da produção, disponibilidade e acesso a alimentação saudável e adequada a população.
Este desafio foi feito na Cidade de Maputo no âmbito da celebração do Dia Mundial da Alimentação, sob o lema “cultivar, alimentar, preservar – Juntos as nossas acções representam o futuro”, evento que decorreu no Auditório do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER) no dia 16 de Outubro do ano em curso.
Para Carlos Agostinho do Rosário a abordagem do Governo sob a liderança de Sua Excelência Filipe Jancito Nyusi Presidente da República de Moçambique é de elevar a agricultura ao topo da agenda governativa, alinhada com os compromissos que o país assumiu a nível da SADC, da União Africana e das Nações Unidas, sobretudo no que concerne ao alcance do segundo objectivo de Desenvolvimento Sustentável que tem como finalidade “Fome Zero e Agricultura Sustentável” até 2030.
“Estamos a expandir o Programa Sustenta, que inicialmente estava centrada em 3 Províncias, para todo o território nacional, o que está a contribuir para aumentar a disponibilidade e o acesso de alimentos à população e melhoria da renda das famílias moçambicanas”, explicou o governante.
Presença da ONU
A cerimônia contou com a presença da Coordenadora Residente das Nações Unidas em Moçambique, Myrta Kaulard, e dos Rpresentantes Residentes da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), Hernâni Coelho, e do Programa Mundial para a Alimentação das Nações Unidas (PMA), Antonella D'Aprile.
Legenda: Da direita para a esquerda temos: Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, S.Exa. Celso Correia, Primeiro-Ministro, S.Exa. Agostinho do Rosário, e Coordenadora Residente da ONU, Sra. Myrta Kaulard.
Em sua intervenção Hernâni Coelho, Representante da FAO-Moçambique salientou a necessidade de criação de condições como forma de atenuar os efeitos nefastos face ao COVID-19, onde é preciso uma acção inteligente e sistémica para produzir adequadamente, levar o alimento a quem precisa e melhorar o comportamento do consumo de quem já tem, deve-se ainda investir nos esforços para evitar perdas e desperdícios dos alimentos, melhorando os sistemas de armazenamento, processamento, transporte, distribuição e comportamento dos consumidores.
Legenda: Sr. Hernani Coelho, Representante Residente da FAO em Moçambique.
“Amanhã comçea hoje, por isso, neste dia tão importante, Dia Mundial da Alimentação, onde também comemoramos os 75 anos da fundação da FAO, gostaríamos de agradecer e felicitar a todos heróis da agricultura, todos juntos vamos empreender esforços ainda maiores, até que chegue um Dia Mundial da Alimentação em que possamos olhar para trás e dizer: missão cumprida”, frizou Hernâni Coelho, Representante da FAO.
Por sua vez, Antonella D'Aprile, Representante do PMA, iniciou a sua locução, informando aos presentes que o PMA foi homenageado pelo comité Norueguês com o Premio Nobel da Paz, a mercê dos esforços para o combate a fome e melhoria das condições para a paz nas zonas de conflito, este premio é reconhecimento do direito das quase 700 milhões de pessoas famintas do mundo a viverem em paz e sem fome.
Legenda: Sra. Antonella D'Aprile, Representante Residente do PMA em Moçambique
“Além do PMA ajudar as pessoas que vivem em zonas de conflito, estamos também a apoiar as perspectivas de paz através da melhoria do acesso a recursos naturais disputados, aumentando a coesão social entre as comunidades e fortalecendo as oportunidades de subsistência, consideramos que os investimentos em projectos de desenvolvimento a longo prazo e a prevenção de desastres naturais são pilares centrais para uma sociedade livre de fome e mais segura”, assegurou Antonella D'Aprile, Representante do PMA.
Dia Mundial da Alimentação é marcado neste 16 de outubro; mais de 130 milhões de pessoas correm risco de passar fome até o final deste ano; em mensagem sobre o dia, secretário-geral afirma que “em um mundo de fartura, é uma afronta grave que centenas de milhões de pessoas vão para a cama com fome”.
Mensagem do Secretário-Geral
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou que “em um mundo de fartura, é uma afronta grave que centenas de milhões de pessoas vão para a cama com fome todas as noites.”
Em mensagem sobre o Dia Mundial da Alimentação, marcado esta sexta-feira, o chefe da ONU lembra que “a pandemia de Covid-19 intensificou ainda mais a insegurança alimentar, levando a um nível não visto há décadas".
Prioridades
António Guterres destacou três necessidades que o mundo precisa cumprir.
Primeiro, tornar os sistemas alimentares mais resistentes à volatilidade e aos choques climáticos. Depois, garantir dietas sustentáveis e saudáveis para todos e minimizar o desperdício de alimentos. E, por fim, construir sistemas alimentares que forneçam meios de subsistência decentes e seguros para os trabalhadores.
O chefe da ONU afirma que a comunidade internacional tem “o conhecimento e a capacidade de criar um mundo mais resiliente, justo e sustentável.
Segundo ele, neste Dia Mundial da Alimentação, todos devem assumir o compromisso de “Crescer, Nutrir e Sustentar. Juntos".
Crise
Segundo a FAO, nesse momento, mais de 2 bilhões de pessoas não têm acesso regular a alimentos seguros, nutritivos e suficientes. A população global deve atingir quase 10 bilhões em 2050.
A desnutrição em todas as suas formas, como deficiências de micronutrientes, sobrepeso e obesidade, custa cerca de US$ 3,5 trilhões por ano à economia global.
Hoje, apenas nove espécies de plantas respondem por 66% da produção total de alimentos, apesar de haver pelo menos 30.000 plantas comestíveis. A FAO diz que é preciso cultivar uma variedade de alimentos para nutrir as pessoas e sustentar o planeta.
Legenda: Penina Chaogua planta sementes de milho em um campo na comunidade de Ndonga, Província de Gaza. Com o apoio do Programa LoCAL, a comunidade conseguiu construir um sistema de canais e um projeto de irrigação que apoia uma cooperativa agrícola local e garante a segurança alimentar para toda a comunidade.
Aproximadamente 14% da produção alimentar são perdidos a cada ano entre as fases de cultivo ou criação e até chegar ao mercado. Mais alimentos são desperdiçados nos estágios de varejo de alimentos e consumo.
Segundo a FAO, mais de 3 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à internet e a maioria delas vive em áreas rurais e remotas. A agência diz que os pequenos agricultores precisam de maior acesso a financiamento, treinamento, inovação e tecnologia para melhorarem seus meios de subsistência.