MAPUTO, Moçambique
Sua Excelência o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Dr. Salim Valá;
Sua Excelência a Presidente do Instituto Nacional de Estatística, Dra. Eliza Mónica Magaua;
Ilustres representantes do Corpo Diplomático e parceiros de desenvolvimento;
Caros colegas das Nações Unidas;
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Boa tarde a todas e a todos.
Gostaria de iniciar esta intervenção felicitando o Governo de Moçambique, em particular o Ministério da Planificação e Desenvolvimento e o Instituto Nacional de Estatística, pelos esforços contínuos na promoção do desenvolvimento sustentável, baseado em informação estatística de qualidade.
Reconheço, igualmente, o papel essencial de todos os sectores governamentais e dos parceiros de desenvolvimento que, de forma coordenada e comprometida, têm contribuído significativamente para o sucesso desta jornada coletiva.
Nesta ocasião, gostaria de fazer referência ao lema do Dia Mundial da Estatística, que se assinala no próximo dia 20 de outubro: "Impulsionando a mudança com estatísticas e dados de qualidade para todos".
Por ocasião desta celebração, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, destaca que “dados oportunos, precisos, desagregados e independentes nunca foram tão essenciais, à medida que enfrentamos desafios globais cada vez mais interconectados – desde as mudanças climáticas até o aumento das desigualdades”.
É neste contexto que enquadra-se o trabalho conjunto das Nações Unidas com as autoridades moçambicanas, na busca por dados que informem a formulação de políticas públicas eficazes, através do nosso Quadro de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável.
Num país sujeito a choques climáticos e desafios humanitários, dados atualizados são fundamentais para garantir respostas rápidas e fortalecer a resiliência das comunidades, assegurando que ninguém fique para trás.
Minhas senhoras e meus senhores,
A verdadeira inovação do censo reside na sua capacidade de contar todos e todas, independentemente do gênero, condição física, origem ou situação de deslocamento.
A inclusão é o coração do censo.
Contar todos significa tornar visíveis mulheres, homens, crianças, pessoas com deficiência, deslocados, refugiados e comunidades marginalizadas.
O que não é contado, não é considerado — e, por consequência, não é incluído nas políticas públicas.
A desagregação de dados por sexo, idade, deficiência e localização é crucial para uma planificação equitativa e eficiente dos recursos.
O censo, nesse sentido, reforça a governação local, promovendo uma distribuição justa do orçamento do Estado e incentivando a responsabilização.
O Governo e todos os atores de desenvolvimento precisam compreender a estrutura da população para alcançar os objetivos do Programa Quinquenal (PQG), da Estratégia Nacional de Desenvolvimento e da Agenda 2030.
Importa destacar que cerca de 100 indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável dependem diretamente dos dados censitários.
Permitam-me, pois, deixar uma palavra especial aos parceiros de cooperação: o vosso apoio e contribuições técnicas, financeiras ou em espécie neste processo serão cruciais. Esta é uma excelente oportunidade para um investimento de alto impacto.
Não estamos apenas a financiar um censo nacional; estamos a investir num roteiro comprovado para o desenvolvimento de Moçambique, no seu todo, apoiado por um sistema de apoio robusto e de classe mundial.
Apelo a que unamo-nos, todos, em torno desta iniciativa – um desafio tecnológico, inovador para o País, bem preparado e liderado pelo Governo.
As Nações Unidas reafirmam o seu compromisso em apoiar o Governo de Moçambique, para que este censo seja conduzido segundo os mais elevados padrões internacionais.
Sob a liderança técnica do UNFPA, toda a Equipa da ONU está mobilizada, para apoiar os esforços de inclusão e de integridade, imparcialidade e confidencialidade dos dados.
Para concluir, reitero o compromisso das Nações Unidas em continuar a trabalhar lado a lado com o Governo de Moçambique e com os parceiros de desenvolvimento, neste esforço conjunto de transformar dados em desenvolvimento, com impacto real na vida de todas as pessoas que vivem em Moçambique — incluindo aquelas em zonas mais remotas.
Muito obrigada. Kanimambo.