MAPUTO, Moçambique
- Sua Excelência o Secretário de Estado de Terra e Ambiente, Senhor Gustavo Sobrinho Djedje;
- Excelentíssimo Senhor Francisco Sambo, Diretor Nacional do Ambiente e Mudanças Climáticas;
- Estimados membros do Governo, da sociedade civil, dos parceiros e colegas das Nações Unidas; e
- Minhas senhoras e meus senhores.
Bom dia a todas e a todos.
É uma honra estar convosco hoje para o lançamento oficial da fase de consultas da nova Contribuição Nacionalmente Determinada – a NDC 3.0 de Moçambique.
É também um privilégio estar aqui em representação das Nações Unidas e do Grupo de Trabalho de Clima e Resiliência.
Por meio de seus membros, o grupo tem apoiado ativamente o processo de elaboração do roteiro da NDC em várias frentes. Por isso, meus sinceros agradecimentos.
Também gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos ao Governo de Moçambique, na pessoa de Vossa Excelência o Secretário de Estado de Terra e Ambiente, pela liderança e pelo compromisso do país com uma ação climática inclusiva, integrada e transformadora.
Estamos juntos nessa caminhada rumo ao desenvolvimento sustentável e continuaremos juntos.
Excelências,
Vivemos uma emergência climática.
E Moçambique, embora responsável por uma ínfima parcela das emissões globais, está entre os países mais afetados.
Desde outubro do ano passado, quase dois milhões de moçambicanos, sobretudo crianças e jovens, enfrentaram os impactos devastadores de ciclones e secas severas.
Estes fenômenos continuam a destruir meios de subsistência, forçar deslocamentos e afetar de forma desproporcional mulheres e raparigas.
Perante este cenário, a nova NDC de Moçambique representa mais do que um compromisso ambiental.
Trata-se de uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento sustentável, ao alinhar a ação climática com os planos nacionais de desenvolvimento.
Atraindo, assim, investimentos transformadores em sistemas agroalimentares resilientes, energias renováveis, infraestruturas verdes, emprego digno e soluções inovadoras.
Excelências,
O processo de elaboração da NDC 3.0 tem sido participativo, inclusivo e representativo - envolvendo diferentes setores e promovendo um alinhamento eficaz de políticas, melhor coordenação das ações e uma alocação mais eficiente de recursos.
Essa abordagem é essencial para garantir que as soluções climáticas sejam equitativas, sensíveis ao gênero, baseadas nos direitos humanos e verdadeiramente transformadoras.
A adaptação continua a ser uma prioridade central.
Moçambique já demonstra liderança regional com o seu sistema de aviso prévio, um dos mais avançados do continente.
Contudo, os custos sociais e económicos dos desastres que acontecem em períodos de tempo cada vez mais curtos continuam a aumentar.
É urgente encontrar soluções inovadoras para o financiamento climático, mobilizando recursos domésticos, privados e internacionais – e garantindo que cada metical investido promova a resiliência e a ação climática.
Excelências,
Estamos num momento decisivo. A ciência é clara. O imperativo humano é inegável. E a oportunidade económica é real.
A verdade é que não há mais tempo a perder.
Como ouvimos nas recentes discussões internacionais sobre a COP30, “não podemos, não devemos, e não vamos abrandar a ação climática”.
A preparação para a COP30 no Brasil oferece uma plataforma única para consolidar compromissos e acelerar ações concretas.
Então, reitero o firme compromisso das Nações Unidas e dos parceiros do Grupo de Trabalho de Clima e Resiliência em continuar ao lado de Moçambique na mobilização de recursos, na capacitação institucional e na promoção de soluções lideradas pelas comunidades.
Ao colocarmos as pessoas no centro e ao fazermos as pazes com a natureza, construiremos juntos um futuro mais justo, resiliente e sustentável para todos.
Contem connosco.
Muito obrigada. Kanimambo.