MAPUTO Moçambique
- Excelentíssima Dra. Marcelina Mataveia, Diretora Nacional de Energia do Ministério dos Recursos Minerais e Energia;
- Cara Flávia Nicole Bila, Presidente do Parlamento Infantil para a cidade de Maputo;
- Distintos membros do Governo, parceiros de desenvolvimento, sociedade civil e colegas da ONU;
- Meus caros jovens;
Boa tarde a todas e a todos!
É uma honra juntar-me a vocês hoje, para este importante momento de reflexão e mobilização em torno da ação climática e do caminho para a COP30
Permitam-me começar por agradecer ao Governo, pela sua liderança e compromisso com a agenda climática.
Também gostaria de parabenizar a Youth Climate Action Coalition Mozambique (YCAC-Moz), pelos incansáveis esforços em amplificar as vozes dos jovens nos processos climáticos nacionais e globais, incluindo a revisão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
Caros participantes,
Moçambique é um dos países mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, apesar de contribuir com apenas uma pequena fração das emissões globais.
A crescente frequência e intensidade de ciclones e inundações são um lembrete claro da urgência de nossa ação.
Mas hoje, não estamos aqui para nos concentrar nos desafios. Estamos aqui para aproveitar um momento de oportunidade — como lhe chamou o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres.
Estamos aqui para impulsionar a transição para a energia limpa e garantir que seja justa, inclusiva e transformadora.
A Estratégia de Transição Energética de Moçambique, lançada em 2023, fornece um roteiro ousado e ambicioso.
Esta prevê um sistema energético moderno, baseado em energias renováveis, industrialização verde, acesso universal à energia moderna e transporte limpo. Com 14 programas prioritários e mais de oitenta USD 80 bilhões em investimentos planeados, essa estratégia não é apenas sobre energia — é sobre desenvolvimento, equidade e resiliência.
Como enfatizou o Secretário-Geral da ONU em sua mensagem para assinalar este dia, a era da energia limpa é imparável. Mas também deve ser justa. Países em desenvolvimento, como Moçambique, não devem ser deixados para trás.
A transição energética justa deve estar incorporada nas nossas Contribuições Nacionalmente Determinadas, alinhando a ambição climática com as prioridades de desenvolvimento nacional.
Isso significa apoiar as comunidades dependentes de combustíveis fósseis, através de programas de requalificação e proteção social, reformar as cadeias de valor e garantir que cada política beneficie os mais vulneráveis — especialmente os jovens.
Significa aproveitar a energia limpa para criar empregos, impulsionar o crescimento e expandir o acesso à eletricidade para todos.
Moçambique tem o potencial de se tornar um centro energético regional, alimentado por seus abundantes recursos naturais em energia solar, eólica e hídrica. Mas, para realizar essa visão, precisamos de solidariedade internacional, financiamento inovador e governança inclusiva.
As Nações Unidas permanecem firmemente comprometidas em apoiar Moçambique nesta jornada. Juntamente com o Governo, a YCAC-Moz e todos os demais Parceiros, continuaremos a defender uma transição energética justa que não deixe ninguém para trás.
Aproveitemos este momento de oportunidade — pela justiça climática, pela equidade energética e por um futuro sustentável.
Muito obrigada. Kanimambo.