Dia da Paz: ONU reconhece progresso para a paz alcançado através do diálogo em Moçambique

MAPUTO, Moçambique - “Da mesma forma que buscamos a paz entre as nações, precisamos também alcançar a paz com nosso planeta”, destacou o Secretário-Geral da ONU em uma mensagem para o Dia Internacional da Paz (21).



António Guterres também reforçou o papel da juventude na busca por um futuro melhor. Ele fez um apelo para os jovens que apoiassem a proposta da ONU por um cessar-fogo global de 24 horas e os incentivou a continuarem pressionando os governos e outros líderes para diminuírem a desigualdade de vacinação entre os países ricos e pobres e para continuarem soando o alarme em relação à emergência climática.

“A paz não é um sonho ingênuo, mas sim uma luz nas trevas, que nos orienta para o único caminho para um futuro melhor para a humanidade”, disse o chefe da ONU.

Para ele, nós devemos “trilhar o caminho da paz como se nossas vidas dependessem disso. Porque dependem”.

Para marcar o Dia Internacional da Paz, o Enviado Pessoal do Secretário-Geral e Coordenadora Residente da ONU para Moçambique reafirmaram o apoio para a construção de um paz duradoura no país.

Myrta Kaulard, Coordenadora Residente da ONU e Coordenadora Humanitária para Moçambique, frisou o papel das mulheres e jovens na consolidação da paz e que o “desenvolvimento sustentável, paz e direitos humanos estão fundamentalmente interligados”. 

"As Nações Unidas em Moçambique reiteram o papel da mulher e da juventude na consolidação da paz, promoção da ação climática e da segurança alimentar para todos em todos os lugares” - Myrta Kaulard, Chefe da ONU em Moçambique.

Para o Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique, Mirko Manzoni, construir uma paz duradoura é a chave para um futuro próspero para todos os moçambicanos.

“No Dia Internacional da Paz, reconhecemos a importância dos processos em andamento de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), reforma da descentralização e reconciliação nacional para alcançar a paz definitiva”, afirmou Mirko Manzoni.

Ao apelar a todos os parceiros para renoveram o seu compromisso com a paz no país, o Enviado Pessoal de António Guterres afirmou que “o constante progresso para a paz em Moçambique é um exemplo do que pode ser alcançado através do diálogo”.

“No Dia Internacional da Paz, felicito o Governo de Moçambique e a Renamo pelos seus esforços para construir um futuro melhor”, Mirko Manzoni, Enviado Pessoal do Secretário-Geral da ONU para Moçambique.

O Acordo de Maputo para a Paz e a Reconciliação foi assinado em agosto de 2019 pelo Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, e pelo principal líder da oposição do país, Ossufo Momade.

Testemunhada por dignitários nacionais e estrangeiros na Praça da Paz da capital, a assinatura do acordo pôs fim a décadas de violência no país. As disposições políticas incluíam a reforma do setor público com foco na descentralização, departidização das agências de segurança e do serviço público; e aumentar a transparência na governança pública e gestão de recursos.

Para apoiar a implementação do Acordo de Paz, o Secretário-Geral das Nações Unidas nomeou como seu Enviado Pessoal para Moçambique, Mirko Manzoni, então Presidente do Grupo de Contacto da comunidade internacional junto com a RENAMO e FRELIMO.

Em 17 de agosto de 2021, o número total de combatentes desmobilizados atingiu 2.708 (156 mulheres, 2.552 homens).. Ao todo, cerca de 52% de todos os combatentes já foram desmobilizados.

As atividades de DDR ocorreram em 11 bases da RENAMO, e as seguintes 10 bases foram totalmente fechadas: Savane, Muxúnguè, Marínguè, Inhaminga, Chemba, Mabote, Tambara, Mossurize, Báruè e Zóbuè.

Em 1981, a Assembleia Geral estabeleceu a data de 21 de setembro como o Dia Internacional da Paz. Duas décadas depois, em 2001, votou por unanimidade para designar a data como um período de não violência e cessar-fogo.